CASSIA MODENA / CORREIO DO ESTADO
21/09/2017
Dentro da Associação Pestalozzi de Campo Grande, fibras vegetais extraídas da bananeira, da espada-de-são-jorge, do alho e da cebola transformam-se em um tipo de papel especial: mais resistente, ideal para uso artístico e 100% sustentável. Ele é produzido há 15 anos pelas mãos dos alunos da entidade – pessoas com deficiência intelectual e distúrbio neuromotor – e por voluntários que participam do projeto Moinho de Papel. Mais recentemente, prestadores de penas alternativas também se juntaram à equipe.
A técnica utilizada é a milenar “washi” japonesa. Quase tudo é feito manualmente, o maquinário só entra em parte do processo. Se for preciso dar cor ao material, a folha da beterraba, a raiz do açafrão e a erva-mate de tereré são usadas como corantes naturais.
Depois de pronto, o papel volta às mãos dos envolvidos como material para confecção de peças artesanais e convites personalizados de casamento, aniversário e pastas para eventos. Esses produtos já são bem aceitos no mercado local, diz a coordenadora do Moinho de Papel, Osenilda de Souza. Os alunos aceitam até encomendas. Na lojinha que fica dentro da associação, os artesanatos também são vendidos. Todo o dinheiro arrecadado vai para a manutenção da entidade.
TERAPIA E RENDA
Mas não termina aí. Confeccionar papel e fazer artesanato são atividades terapêuticas que tem melhorado a vida de quem convive com deficiência, destaca a Osenilda. “É uma atividade que tem função pedagógica e promove a inclusão social. Os principais ganhos são o desenvolvimento das habilidades motoras e a socialização”.
*Ver restante da reportagem de Cassia Modena no Caderno B da edição de hoje (21/09/2017) do jornal Correio do Estado. Foto: Álvaro Rezende – www.correiodoestado.com.br
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